A corda

David Santos

Na calçada havida uma corda
Sedenta por algo que havia em mim
Sorria para o que não estava em mim

Olhei nos olhos dela e vi uma serpente
Sorri e lhe mostrei meus amarelos dentes
Pensei: alguém ou algo se pendurou ali?
Não vi na corda ou no solo sangue: Sorri!


Pensei: o sopro que sou não levará!
Olhei: para o que a vida reservará!
Segui: Para frente e a deixei lá!
Parei: O que aquela corda levará?

O medo que me faz retrair!
Os olhos que querem me engolir!
Os sorrisos de Hiena que vieram a mim!
As palavras "mal ditas" que lançaram sobre mim

Daquela corda fiz um balanço, pendurei um vaso
No vaso plantei flores, as flores deram sementes
E a cada badalar as lanço pelo campo e as planto
Nos corações que são seu solo, seu encanto

Cada um produzem flores, frutos e sementes
Segundo aquilo que trazem atras dos dentes
Aquela  serpente desejou o que não estava mim
E se foi para bem longe de mim



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