Vicente

David Santos


Uma sabida me disse mal do silêncio
Silêncio que desvela a divindade inerente em nós
Silêncio que quebra correntes e desdá os nós
Não o da sabida, mas o da alma sábia, o silêncio

Conheci um homem de olhar profundo
Capaz de na conversa manter mares
mares de silêncio que falavam no profundo
Profundo, sólido e em consistentes olhares

Hoje voou para tão longe, tão longe
Que meus superficiais olhos não o tangem
Voou tão alto que abraça a carne dos nossos
Carne incorruptível e divina, lá longe

Na "vulgar" eternidade, na profunda eternidade
Dos limites rompidos, apenas uma aparência pura
Que vi romper a janela de meu quarto, pairar e fluir
Antes de saber de seu voo, repentino aos céus

Há pássaros que voam tão alto que deixam
lembranças de seu canto e de seu silêncio
Saudades do profundo de seus olhos e do mar
Mar oculto em cada experiência que velou

Irmão da videira que me permitiu viver
Encontra pacífico com ela, com elas e eles
Dá meu abraço aos nossos antepassados
E desse intervalo que vivo, toma o meu












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