Livre-se

David Santos

O galo cantou há tempos para do repouso nossos dóceis corpos tirar.
Todos em marcha vamos caminhar, de carro, a pé, de ônibus, de avião, de barco e de trem.
Docilmente, com direitos afrouxados com o patrão dialogar, veremos  o que vem.
Algemados por correntes invisíveis vamos "escrabalhar" e jamais reclamar.
O povo que adentra na miséria é desperto hoje pelo galo do quintal.
Quando a miséria, protegida pelas duras armas, a esse atingir. Ouvirá o miserável os galos!
Os galos dos fuzis invadindo suas mazelas, do pobre armado estourando ilegitimamente sua porta.
O galo mais sutil será o choro das crianças, das viúvas e viúvos e do doloroso galo estomacal.
Acorda operário, operária! Ouça o galo que não dói! Liberte-se das amarras de seus corpos!
Grite tão alto quanto o galo da moderna escravidão!
Liberte seu povo dos que tramam a morte dele!
Não permita sua miséria, minha miséria, nossa miséria!
Olhe pelo vidro que te separa dela, lembre que o próximo pode ser ...?

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