A menina que tinha medo de raios.

David Santos

Na rua dos raios vivia uma menina que tinha medo de raios. Ela não tinha medo dos homens, das mulheres e tampouco tinha medo de cães. Tinha medo de raios!
Sim, de raios!
A linda vivia com seus cachorros e com sua família. Ela tinha cabelos castanhos, olhos brilhantes como um rubi e seu sorriso era como belos raios brancos.
A branquinha era tão rápida como um raio. Nos dias de chuva de raios ficava em casa ou corria pelas ruas, dançava na chuva, mas tinha medo de raios.
Perto de sua casa vivia um contemplador de raios. Ele ficava sempre a olhar os raios e não tinha medo deles. Ele desejava ser um raio, mas era somente um homem, pobrezinho homem.
A menina não desejava os raios, pois tinha medo!
O contemplador e a pequenininha gostavam da noite, das estrelas, das luzes e do mar. Viviam em mundos incompatíveis. Mas a vida é mais do que o comum.
Um dia, em uma chuva de raios, o contemplador e a corredora se olharam, ele a observar raios e ela a correr dos raios. Ao olhar a menina o jovem gritou.
- A direita!
Ela a direita saltou.
- A esquerda!
Dando um sorriso a esquerda rolou e como um trovão gritou.
- Obrigado menino dos óculos prateados!
A menina de olhos brilhantes em um estrondoso ruído desapareceu. Os dias se passaram, os olhos, os sorrisos e as palavrinhas se entrelaçaram e os dois ficaram amigos.
Um dia durante uma tempestade de raios, a maior que já se viu. O observador não foi capaz de calcular. Um raio avassalador rompeu os céus. Nem o contemplador nem a corredora escaparam do raio vermelho. Isto os tirou de seus distintos mundos.

Nunca mais se há ouvido ou visto os dois, mas conta a lenda que nas noites de raios vermelhos, o menino e a menina dançam juntos entre os raios. Na lenda, já não são humanos, agora são deuses e vivem juntos no mundo dos trovões e dos raios. Seus filhos e filhas são os belos raios rosas e os trovões sinfônicos.