Contador de pássaros.
David Santos
Havia a beira da estrada um homem que contava pássaros. A cada contado dava um passo: contou um, contou dois, contou três, contou quatro.
A sua frente havia um precipício, para ele faltavam somente oito passos, eis que em um ato mágico uma nuvem de pássaros brancos e negros passou a sua frente. Sem resistir e sem medo começou a contar.
Cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze .... Espere! Pensou ele.
Já não sabia se contava separadamente os negros ou os brancos. Na dúvida, que o separava da vida e da morte, resolveu pensar. Um pulo a frente deu para no precipício sentar e a cada pássaro contado as pernas começou a balançar.
Eis que toda nuvem contou, eram milhares de brancos e de negros todos em um sonoro bater de asas migrando para longe sabe-se lá para onde.
O Homem já triste sem pássaros e sem números o precipício começou a contemplar. Seu salto místico resolveu continuar. Jogou-se no rio que abaixo passava e peixes pôs-se a contar.
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