Uma criança na rua.

No silêncio da noite, na sombra da escuridão, na luz do dia. No absurdo e ensurdecedor ruído do silêncio existe em algum lugar, independente da língua que se fala, uma criança na rua. Criança que não pode brincar, criança que tem que pedir e lamentar a infância que não poderá viver.

Vítima dos olhos decadentes de adultos inconscientes que preocupados com suas ilusões esquecem das pequenas abandonadas, dos pequenos viventes membros de sociedades marginalizadas.

Há uma criança na rua que suspira por cuidado, que não tem o direito de desejar ser educada, que carece de referências, de famílias.

A criança escravizada no semáforo vende balas, se vende. Criança marginalizada engraxa sapatos, não desenha. Vigia carros, não passeia. É vítima do craque, não sonha em ser craque. Onde há o descuido de nossa civilidade, existe uma criança na rua.




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