Década.


David Santos.
Quanto preceito, preconceito
Quando tempo passou no leito
Quanta vida, quanto fato feito
Quanta coisa, leite derramado do peito.

No tic-tac do relógio, no toc-toc do sapato
No grito de gol, na lágrima, sorriso safado.
O olhar pro céu desatento, o coaxar do sapo.
Pedra no caminho, pedra no sapato.

Pisquei uma década, bocejei duas.
Ai meu Deus, que tempo é esse?
Se toco meu peito, se vão mais duas.
Tempo doido, louco, que tempo é esse?


Preconceito é preceito da terceira
Terceira idade? Não, outra terceira
Terceira década, década derradeira
O primeiro passo para ladeira

Credo! Falas da morte, da sorte?
Nem morte, nem sorte, nem pote
Falo da vida, da vida querida
Década terceira não tem ferida

É hora de viver, de ser, de deixar de estar
É tempo de sorrir, não é tempo de chorar
É tempo, do tempo, do tempo de sentir
Dessa década querida não quero sair.

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