Memória


Por, David Santos

A vida é uma pequena centelha diante da imensidão que representa o tempo. Por mais pequena que seja essa estrela cadente, esse meteorito que arranha nosso horizonte. A vida deixa marcas.
Principalmente, quando ela é fonte de outras vidas e que seu testemunho, diante das injustiças do mundo, a faz especial e virtuosa.
Há 8 anos uma existência corpórea, presente no tempo e no espaço levou um pedacinho de mim. Agradeço a essa memória, a essa presença singela. Agradeço ao Sebastião (meu pai) e a sua vida.
Há cada segundo, quando paro para pensar, tanto nele, quanto em minha mãe. Tenho a absoluta certeza que Santos existem e existiram.
Certeza de que na simplicidade e na invisibilidade do viver, podemos nos orientar por seus testemunhos de vida. E invisíveis que somos para o outro, outro que está disperso, muitas vezes, no seu Eu. Sermos tão visíveis que cegamos o Mundo e fazemos pela singeleza a beleza da vida.
Agradeço a vida e a memória de meu Pai e tenho certeza, por minha fé, que ele vive em corpo e alma, pois um voltou e revelou a todos nós, que cremos na ressurreição, que a vida eterna é uma verdade irredutível...

Por fim, deixo uma reflexão, em versos, que fiz durante uma de minhas visitas a lápide dos restos mortais de meus pais, local que com respeito e carinho visito todas as vezes que vou a Lorena.


A vida é como o vento
Quando suave passa e refresca
Dura bom tempo e da paz
Refresca a alma e alivia

Quando é forte pode destruir
Dura pouco tempo e pode matar
Derruba folhas quebra galhos
Desarmoniza o lugar

Seja brisa, seja tempestade
A vida como conheço acaba
Se é vento dura bom tempo
Se é raio logo passa

Brisa; vento; raio; tempestade
O que seja deve ter felicidade
Que a vida tenha reciprocidade
Que eu possa viver como meus pais



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