Reflexão - Discurso sobre a obra do Filho. (Jo 5, 17-30)

Depois da cura em dia de sábado as autoridades procuravam um argumento para incriminar Jesus. Na afirmação de Jesus: “Meu pai trabalha até agora e eu também trabalho” (Jo 5, 17). Encontraram um motivo para acusa-lo de blasfêmia, o que era razão para julga-lo e condena-lo a morte.

No decorrer de seu discurso, Jesus mostra sua filiação e sua intimidade como o Pai. Declara que tudo o que faz, foi ensinado por Deus Pai e que o Pai através dele, realizará sinais que os deixarão admirados. Essa unidade admirável do Filho com o Pai, não é realizada meramente pela genética e sim pelo amor do Pai ao Filho e vice-versa. “Em verdade em verdade vos digo: o filho, por si mesmo, nada pode fazer mas só aquilo que vê o Pai fazer; tudo o que este faz o filho o faz igualmente” (Jo 5, 19).

As ameaças dos inimigos jamais intimidaram Jesus. Ele enfrentou-os com toda a coragem, pela consciência de estar unido ao Pai e de cumprir-lhe a vontade: “Em verdade em verdade, vos digo: Quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, e não vem a julgamento, mas passou da morte à vida” (Jo 5,24).

Todo discurso de Jesus, nos convida a união a Ele, assim estaremos unidos ao Pai, através Filho. Essa união ao Filho e ao Pai, nos desperta de nossos “túmulos de inércia” e nos dá a mesma força que Jesus teve quando não se intimidou pelos inimigos da liberdade e da justiça. A escuta da palavra do Filho nos dá forças para lutarmos unidos em um só corpo e em um só espírito, contra as estruturas desumanas da corrupção e da mentira. Afinal, pelo batismo passamos da morte para vida e a vida derramada por essas águas não deve permitir que a morte advinda da miséria do mal nos corrompa.

Fotografia de Sebastião Salgado.

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