Um Feito Primitivo.

Por, David Santos
Não é necessário muito para refletir sobre a infinitude do pouco que somos. Porém diante da maravilha da vida e da perspicácia de algumas reflexões. Suspiramos e caímos no silêncio do tudo dito.
 Hoje no contato com o prefácio de um novo conhecido, me surpreendi.
Deixo aqui - na terra das opiniões desnecessárias, nesse espaço da manifestação narcísica do eu- o trecho da reflexão de Michel Henry que despertou essa curta  reflexão desnecessária.

En lo invisible de su noche, sin embargo, la vida estrecha su abrazo, nos devuelve a cada uno de nosotros a sí mismo, a lo indubitable de su cuerpo. […] Pero la  vida no presupone nada, y en concreto ningún campo de este tipo. Nada necesita para dársenos, se basta ella misma: a vida es la autodonación, el «hecho primitivo». (Michel-Henry, p.23, Filosofia y fenomenología del cuerpo).


Esse feito primitivo, essa auto doação  nos permite o contato conosco e com tudo o que escapa de nós mesmos. Esse silêncio da noite que  nos devolve a nós mesmos, as nossas fraquezas, a insuficiência do eu talvez seja o antidoto da arrogância e da presunção. Com a  noite vem o frio e a insegurança. O que permite ao humano perceber o que realmente é. O conduz ao que está reduzido e o torna semelhante aos demais. Que o abraço estreito e quente da vida acalente o humano que somos e nos devolva a nós mesmos.
Continuará...

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